"EU", ou NÓS?

Ontem vi milhares de torcedores do “Glorioso” com suas majestosas camisas e com um brilho no olhar que já há muito tempo não se via. É sempre assim! Não importa a bandeira, quando o time ganha nós vestimos nossas camisas que às vezes já mofava no camiseiro. Também vi muitos outros censurando os botafoguenses. Nos momentos políticos nos comportamos assim. No auge eleitoreiro, expressamos toda nossa indignação com políticos corruptos e sem vergonha e logo depois votamos em outros da mesma linha, ou, “farinha do mesmo saco”, como dizemos no nordeste. Reclamamos pela falta d’água que é constante em algumas regiões de nossa cidade, mas em momento algum tomamos decisões conjuntas para abrir os olhos dos administradores para um pequeno problema que já se transformou em rotina para tantos consumidores que tem seus recibos pagos em dia. Estamos unimos no combate a Dengue por que, e com certeza, diz respeito direto a cada um de nós. Vibramos juntos com seleção nacional no período da copa, pois é um laço de berço patriota que nos une, e mesmo assim tem muitos torcendo ao contrário. Por que só expressamos a alegria quando é do meu particular ou do conjunto, mas nunca ficamos alegres com a vitória dos outros? Por que estamos sempre correndo para defender o meu totalitarismo e nunca vislumbramos o total de fato real? Por que só estamos unidos nos momentos de dor (quando perdemos alguém em comum; por exemplo) ou nas grandes conquistas? Será que não conseguimos torcer pelos outros, vibrar pelos outros, empunhar a bandeira da igualdade e lutar também pelas questões alheias como se fora nossa? A vida é bem mais que um simples “EU”. Torcer, lutar, ajudar alguém a alcançar seus objetivos por mais humildes que seja é um ato irrevogável de compreensão do compromisso humano.

Este JOEL SANTANA...

- Quando fui contratado, eu disse que vinha para vencer. Fico feliz pelo grupo ter aceitado minha missão e eles são os responsáveis pelo título. Com vontade, as vitórias sempre vão surgir. Na decisão, reforcei a auto-estima do grupo e isso ajudou. Além dos atletas, é importante lembrar de todos os funcionários que trabalham no clube - disse Joel Santana - Treinador do Botafogo, o "Glorioso"

Sou flamenguista, mas, antes sou um admirador do bom futebol e dos bons profissionais que, mesmo em extinção, formam uma "camada" descente da classe esportiva. Expressar a humildade de Joel ao lembrar cada elemento de uma equipe é no mínimo chamá-lo de como "maestro" que rege uma orquestra e precisa manter todos bem afinados. Parabéns ao Joel, aos botafoguenses e especiais aqueles que admiram esta arte que já foi exclusividade dos brasileiros.

Sobre ZINHO, o sucessor de LUIZ GONZAGA...

Não tive a oportunidade de conhecê-lo, mais me sinto honrado em ser apaixonado por todos os estilos musicais, especialmente o nosso estilo nordestino bem representado por ele. Cumpro minha obrigação pessoal de externar meu sentimento de perda de um membro da família, assim deveria ser a relação dos músicos de Maceió, Alagoas, Brasil e do mundo, laços de família mesmo. Espero que tenhamos mais razões de estarmos juntos do que simplesmente estes momentos de perda. Que a batalha pessoal do ZINHO possa nos ser de exemplo enquanto homens e que sua história musical seja símbolo reflexivo para nós que ainda podemos fazer muito pela música, pelos musicistas, por Maceió, por Alagoas, pelo Brasil e possivelmente pelo mundo.SALVE ZINHO, SALVE A MÚSICA, SALVE MÚSICOS ALAGOANOS...